Duas críticas do filme "O Último Mestre do Ar" - uma boa, outra nem tanto

21/08/2010 11:09

Ontem, 20 de agosto, estreou nos cinemas o novo filme de Jackson Rathbone, o Jasper de "Crepúsculo", chamado "O Último Mestre do Ar", um filme passeado na série de animação "Avatar - A Lenda de Aang".

Trouxe para vocês duas críticas diferentes sobre "The Last Airbender" (título original), uma boa, outra... nem tanto assim. Confirem:

Universo fantástico em alta

Novidades interessantes nas salas de exibição da capital. O mestre do suspense e dos climas sombrios da atualidade, M. Night Shyamalan, se aventura pelo universo da magia com a versão para o cinema do anime "Avatar", que ganhou o nome de "O Último Mestre do Ar" ("The Last Airbender").

Num primeiro momento causa estranheza ver que Shyamalan assina a direção de "O Último Mestre do Ar". O nome dele faz vir à cabeça filmes como "Sexto Sentido", "Sinais", "A Vila", trabalhos que exploram o medo que o ser humano sente do desconhecido, a terrível sensação de não poder estar no domínio da situação. Já o novo filme é uma grande aventura protagonizada por um menino de grande habilidade e poderes mágicos que ficou famosa na TV por assinatura.

Não deixa de ser uma boa oportunidade de conferir como o diretor indiano se comporta fora do que se pode considerar sua zona de conforto. Geralmente Shyamalan escreve e dirige os próprios filmes, enquanto desta vez ele usa uma história que já existia e tem o sério desafio de agradar os espectadores do desenho animado, verdadeiros fãs inveterados. Não é de hoje que os admiradores do diretor esperam uma chance de ver como se comporta num gênero diferente de filme.

Em "O Último Mestre do Ar", os elementos Ar, Água, Terra e Fogo simbolizam quatro nações unidas pelo destino. Mas a Nação do Fogo resolve começar uma guerra contra as outras, dando início a um período de cem anos de destruição. A esperança de chegar a um mundo harmônico está depositada em Aang (Noah Ringer), um menino que descobre ser o único com poder de manipular os quatro elementos. Ele se une a Katara (Nicola Peltz), uma controladora das águas, e seu irmão Sokka (Jackson Rathbone), para restaurar o equilíbrio desse mundo em guerra.

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"O Último Mestre do Ar", infelizmente, não deve ser o último

Sobre a experiência de assistir a "O Último Mestre do Ar", há uma notícia boa e uma ruim: a boa é que o filme que chega neste fim de semana aos cinemas é o começo daquilo que se pretende uma trilogia e, portanto, pode melhorar bastante. A ruim é que, bem, como já se disse, este é o começo de uma nova trilogia. E mesmo melhorando muito, a produção toda não tem como ficar menos desastrosa. Mas antes que os fãs do desenho original, no qual o filme é inspirado, catem as primeiras pedras no chão, um esclarecimento: a nova obra do "ame ou odeie" diretor M. Night Shyamalan não é ruim porque parte de uma história ruim. É ruim porque cria tramas confusas e diálogos pobres e bobos para atores que, sem direção ou por pura falta de experiência, reproduzem clichês que cansam a vista, os ouvidos e, pior, a inteligência.

O épico cheio de efeitos especiais e um sem fim de coreografias marciais que seriam melhor aproveitadas na Broadway (ou em alguma aula de Tai Chi Chuan) é resultado daquilo que se pode chamar de "ego descontrol". Apesar de ser constantemente crucificado pela crítica, Shyamalan aparenta ter carta branca em Hollywood para brincar de ser rei. O diretor que se apresentou a Hollywood com o elogiado "O Sexto Sentido" e desde então vem fazendo filmes como algum elemento de suspense paranormal, resolveu então falar da harmonia entre os elementos Ar, Água, Terra e Fogo a partir de uma parábola que resgata aquela ideia que algum escolhido vai salvar o mundo e coisa e tal.

O príncipe Zuko é um rapaz indiano que se veste de preto, tem uma cicatriz no rosto e é da tribo daqueles que controlam o Fogo. Recapitulando: cicatriz, indiano, roupas pretas, fogo. Não são necessários mais elementos do que isso para deixar claro que este é o vilão da história. Já a jovem Katara é branca, usa tranças, roupas azuis e tem a habilidade de controlar a água. De novo: branca, tranças, roupas azuis, água. A menina é quase uma propaganda de sabão em pó. Peças escolares costumam ser menos óbvias do que isso.

Em tempo: Shyamalan não é homem branco europeu. Ele é, assim como o vilão de seu novo filme, de origem indiana.

Mas esperem que a coisa pode piorar. Ainda não foi mencionado o tal personagem do Escolhido, o menino-monge com uma tatuagem tribal na cabeça. Interpretado pelo estreante e completamente mal dirigido Noah Ringer, hoje aos 13 anos, o personagem passa metade do filme provando que fez a tarefa de casa nas aulas de artes marciais e a outra metade em closes que parecem gritar: "eu não quero salvar o mundo, eu quero um pirulito!". Aang é o chamado "Avatar", o último mestre do ar que dá título ao filme e funciona como um tipo de Buda, predestinado a criar um balanço entre os quatro elementos e, assim, trazer de volta a Paz a essa humanidade que se divide em preto, azul, amarelo e verde. O que nos serve para ilustrar que esse filme tem a mesma densidade dramática de um jogo de tabuleiro em que você tem a difícil decisão de escolher a cor de sua peça antes de lançar o dado.

Aang surge em cena logo no começo desta história quando Katara (Nicola Peltz) abre um tipo de bola de gelo onde o menino Jesus, digo, o Avatar, estava congelado há 100 anos. Um século em que a Tribo do Fogo tomou conta praticamente de todas as demais regiões do planeta, proibindo que as pessoas praticassem a arte de controlar os elementos de suas respectivas tribos. Não muito distante dali, o príncipe Zuko, numa interpretação bem acima do tom de Dev Matel ("Quem Quer Ser um Milionário?"), sabe que encontrar e capturar o Avatar é sua única chance de redenção com seu pai, que o baniu do trono por motivos mal explicados em flashbacks.

Daí começa uma brincadeira de gato e rato entre esses dois personagens, com algumas inserções no meio que servem para explicar basicamente que Aang, que já controla o Ar, precisa aprender a controlar a Água, a Terra e o Fogo para conseguir, finalmente, levar a Paz aos quatro cantos, perdão, cores do mundo. Levando-se em conta que neste filme Aang chega até o capítulo dois da lição, pressupõe-se que os próximos títulos sejam, respectivamente, sobre o controle da Terra e do Fogo. E ainda bem que ninguém falou pro Shyamalan sobre um tal desenho dos anos 1990 chamado "Capitão Planeta".

Todas as atuações, mesmo a dos atores mais experientes, são mal conduzidas e esborram excessos para além do limite do simplesmente bobinho. Mas entre todas as interpretações na categoria "eu faria melhor", há uma mensão mais do que honrosa para o ator Jackson Rathbone, o Jasper da saga vampiresca "Crepúsculo". Será, no mínimo, de uma imensa indelicadeza se ele não for pelo menos indicado ao Framboesa 2011.

Pra quem ficou em dúvida se quer assistir o filme ou não (eu acho que deveria sim) assitem o trailer abaixo:

Duas críticas do filme "O Último Mestre do Ar" - uma boa, outra nem tanto

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