Elle Fanning se desloca mais do que Dakota?

Tom Cruise teve de usar um saltinho de sete centímetros oculto no sapato para ficar pelo menos da altura dela numa pré-estreia. Francis Ford Coppola perdeu o rebolado ao vê-la assumir o comando da cozinha enquanto preparava um macarrão. A filha do capo, Sofia, 40 anos, costuma ouvir suas ponderações sobre relacionamentos. Steven Spielberg ficou boquiaberto com o desempenho dela à frente das câmeras. J.J. Abrams, de "Lost", também: ele a escalou para estrelar seu novo filme, "Super 8", depois de dois míseros testes. Impressiona como, aos 13, Elle Fanning consegue deixar tanta gente boa desconcertada em Hollywood.

“Estou no sétimo ano no colégio. Até o terceiro eu não ia à escola, estudava com uma professora particular e não convivia com gente da minha idade, só com adultos. Você precisa aprender a se impor ou não se destaca. Eu tive que amadurecer,” explica, com indisfarçável sotaque do sul americano, a menina nascida na Geórgia e que, como a irmã mais velha, Dakota Fanning, mudou-se para Los Angeles em busca da sonhada carreira no cinema.

Elle atua desde os 2 anos e, em pelo menos dois longas, interpretou a versão mais jovem de Dakota. Ainda em 2011 vai deixar para trás a sombra da irmã. Ela tem luz própria, e isso fica evidente em "Super 8", homenagem de J.J. ao tipo de cinema que lhe é mais caro: ficções científicas e filmes protagonizados por garotos descobrindo a vida, como "ET", "Goonies", "Conta comigo"... Cercada de expectativa, a fita estreou há duas semanas em primeiro lugar nos Estados Unidos e chegará ao Brasil em agosto.

Na história, que se passa em 1979, Elle vive Alice, única menina num grupo de pirralhos de uma cidadezinha que, às voltas com os ritos de passagem da adolescência - o primeiro amor, as desavenças com os pais, os conflitos com amigos -, testemunham um grave acidente de trem enquanto rodam um filme de zumbis com uma câmera super-8. No desastre, uma criatura misteriosa escapa da composição e toca o terror.

Nos próximos meses, a menina que “cresceu tão rápido” - como comentou um sinceramente surpreso produtor Spielberg nas filmagens do longa de J.J. Abrams - vai aparecer ao lado de Val Kilmer num thriller de terror dirigido por Coppola. O aguardado "Twixt Now and Sunrise" estreia em novembro nos EUA. Pouco depois, em dezembro, é a vez de "We Bought a Zoo", de Cameron Crowe ("Quase famosos", "Jerry Maguire"), no qual ela vive uma prima adolescente da protagonista, Scarlett Johansson. Recentemente, chamou a atenção como a filha de Stephen Dorff em "Um lugar qualquer", de Sofia Coppola. Elle só anda em boa companhia:

“Sei que é lugar-comum falar em simplicidade depois da fama e blá-blá-blá. Mas juro que comigo é assim! Meus pais me obrigam a arrumar o quarto, eu saio com minhas amigas de sempre, participo das festas do pijama e continuo a ir aos *bar mitzvot dos meus colegas de turma. Não me afasto do mundo real. Até para me preservar.”

Magra (48kg), alta (1,68m) e gata, ela tem porte de modelo e diz que gostaria de desfilar. A guria entende de moda.

“Fui ao baile do Metropolitan com a minha irmã. Ela ficava perguntando ‘que vestido é aquele?’, e eu: ‘primavera-verão 2011’ (risos). Amo Valentino. Marc Jacobs, todos que têm uma energia vintage e menininha, tipo Rodarte (grife das irmãs estilistas Kate e Laura Mulleavy).” explica. “Sempre amei os anos 50 na moda, mas estou numa onda sessentista, Twiggy, "Virgens suicidas", com aquelas cabelões esvoaçantes... Agora, usar o figurino anos 70 de "Super 8" foi alucinante.”

Ela não tem namorado nem perdeu ainda a virgindade, mas fala com maturidade sobre relacionamentos - “tudo tem seu tempo, quero ter uma relação serena”, com a experiência de quem assistiu a “muitos filmes”, leu “muitos livros” e convive com Dakota, de 17 anos.

“A gente não fala sobre cinema, fala sobre a vida. Eu me inspiro nas decisões dela, nas coisas que ela vive. Somos unidas, não rola ciúme, rola admiração. Quero atuar com ela.”

Aluna aplicada de balé, que pratica cinco vezes por semana, Elle é craque em futebol americano (!). E jogou de igual para igual com os meninos na preparação para "Super 8", um miniperíodo de internação pensado por J.J. para que a turma - que conta com dois moleques brilhantes de 15 anos, Ryan Lee e Joel Courtney - convencesse como um grupo de amigos.

“Meu pai é jogador de beisebol e minha mãe, de tênis. Eu e minha irmã estávamos programadas para ser Venus e Serena (Williams).” ri. “Mas não rolou. Meu lugar é interpretando, dançando. Não consigo me ver fazendo outra coisa. É isso que eu quero para o resto da vida.”

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